Nossos antepassados foram tão generosos que
deixaram inscritos no mundo os sinais exteriores da sua piedade, assinalando a Terra com pistas das marcas indeléveis que a devoção esculpira nas paredes dos seus
corações. Dando aos lugares, às coisas e às pessoas nomes de anjos e de santos, permitiram que chegassem até nós tantos afetos das realidades
celestes. Dei-me conta outro dia de que, de minha casa até o meu trabalho, em
vez da tradicional ladainha dos santos, que não sei de cor, eu poderia rezar a
ladainha do caminho.
São tantos bairros, lojas e colégios com
nomes sagrados que, cada dia, com profunda reverência interior, eu poderia
rezar uma ladainha diferente, dependendo dos ônibus, adesivos e placas com que
deparasse no caminho: Dom Bosco, rogai por nós! São José, rogai por nós!
Santo Antônio, rogai por nós!
Quem sabe se esses santos ocasionais, os
santos do meu percurso, não serão os meus protetores do dia? Ou, quem sabe, não
são um símbolo – uma metáfora! –, não traduzam uma realidade maior do percurso
dos meus dias? Não será que os anjos e os santos, como que de improviso,
auxiliam-me, auxiliam-nos, de forma inesperada nas curvas, nos
aclives e declives da existência? Quem saberá dizer quais foram os santos que o
socorreram em todas e em cada uma das suas necessidades? Em relação a algumas delas
até podemos adivinhar, talvez haja indícios, mas que dizer de todas as
necessidades durante o trajeto, durante todo o itinerário da vida?
Pareceu-me uma boa inspiração, uma
razoável ideia, essa ladainha do caminho. Soou para mim de bom tom permitir aos
santos e aos anjos revezarem-se ao acaso, atendendo a providenciais desígnios,
em minha companhia. (Isso sem o menor desprezo pelo meu anjo da guarda,
companheiro inseparável de todas as horas, que desejo contemplar um dia.)
Afinal, é Deus quem nos dá os amigos, deste e do outro mundo, quem os faz aparecer de repente, cada um
com os seus predicados, em tão variados e oportunos momentos.
Se Dom Bosco aparecer três vezes, três vezes direi: “Dom Bosco, rogai por nós!” Ainda mais agora, nas proximidades do 16 de agosto, em que se comemoram duzentos anos do seu nascimento, do seu luminoso aparecimento, na região do Piemonte.
Se Dom Bosco aparecer três vezes, três vezes direi: “Dom Bosco, rogai por nós!” Ainda mais agora, nas proximidades do 16 de agosto, em que se comemoram duzentos anos do seu nascimento, do seu luminoso aparecimento, na região do Piemonte.
Paul Medeiros Krause
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