No próximo dia 1.º de março começa a quaresma. Disso eu estava me recordando bem. Mas hoje fui delicadamente advertido de que não apenas a quaresma começa na próxima quarta-feira de cinzas: inicia-se o mês de março, mês inteiramente consagrado a São José, cuja solenidade é celebrada no dia 19.
Costumo passar o mês de março com dois livros: "José, o silencioso", de Michel Gasnier O.P., da Editora Quadrante, o melhor livro que eu conheço sobre este que é o maior de todos os santos, depois da Virgem Maria. O segundo é "São José, Guardião Eucarístico", de São Pedro Julião Eymard, que não tem parâmetro de comparação com o primeiro, é-lhe infinitamente inferior, mas, do ponto de vista devocional, parece despertar grandes afetos e inflamada reverência pelo Grande Patriarca. Por isso, não o abandono e não deixo de recomendá-lo.
"Dulia" é o amor que devemos aos anjos e aos santos, amor de veneração e profundo respeito. A Virgem Maria é cultuada com o amor de "hiperdulia", uma dulia elevada e multiplicada ao grau máximo. A São José a Igreja dedica o culto de "protodulia". Não é uma veneração tão elevada quanto à singularíssima devida à Mãe de Deus, mas também se distingue bem do amor devido aos outros santos. "Proto" significa primeiro. Os protomártires foram os primeiros mártires. São José é o primeiro entre os santos; é o que deve ser venerado em primeiro lugar, e com mais reverência, depois da Virgem Santíssima.
Não deve ser mera coincidência o mês consagrado a São José permanecer mergulhado na obscuridade da quaresma. Não. Obscuridade e humildade tudo têm a ver com "aquele que ensinou o autor do sol a andar", mas de quem não se acha uma única palavra na Sagrada Escritura. São José gosta da obscuridade, do esquecimento. É mestre de vida interior. O Chefe da Sagrada Família vive mergulhado no silêncio: o Mistério de Deus envolve-o completamente e, sem silêncio, provavelmente o Mistério da Encarnação o esmagaria.
Nada melhor, nada mais oportuno, nada mais santo do que passarmos a quaresma em companhia do grande São José: modelo de oração, de submissão a Deus, de desprezo do mundo e de suas pompas, de cumprimento dos deveres na mais alta perfeição que se possa imaginar e de penitência.
Nada melhor, nada mais oportuno, nada mais santo do que passarmos a quaresma em companhia do grande São José: modelo de oração, de submissão a Deus, de desprezo do mundo e de suas pompas, de cumprimento dos deveres na mais alta perfeição que se possa imaginar e de penitência.
Tenho a suspeita de que São José não se sente à vontade em todos os lugares. É muito frequente ver a sua imagem nos nichos mais escondidos, mais apagados das igrejas. Somente no Carmelo, sobretudo no Carmelo Descalço, é que São José parece ficar completamente à vontade: no silêncio, na pobreza, na oração e na obscuridade do Carmelo.
Que o ilustre e humilde descendente de Davi ajude-nos a encontrá-lo e a ser seus filhos e fiéis devotos, revelando-nos os mistérios de santidade que se escondem maravilhosamente no seu culto. Assim seja.
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