Caro leitor, estamos a poucos dias das
eleições presidenciais. Não sei se todos se aperceberam da gravidade da
situação em que nos encontramos. Um passo em falso do eleitor agora poderá ser
fatal. Estamos à beira de uma tragédia anunciada. Há um processo de
cubanização, de venezualização, do Brasil claramente em curso. O Estado
brasileiro, a passos largos, tem se transformado em um estado ditatorial, com
cerceamento das liberdades de pensamento e de crença. Se o eleitor desperdiçar
seu voto em outubro, este processo tornar-se-á irreversível, pelo menos a curto
e médio prazo. Custará sangue. Reclamará dores. Exigirá mártires.
Certos sofrimentos parecem ser um
castigo do céu. Se fôssemos mais dóceis à vontade de Deus, se estivéssemos mais
unidos a Ele, ficaria mais claro o que é melhor para nós. Por isso, gostaria
hoje de convidar o leitor, mais do que a votar bem, a um processo de conversão.
Ao convidá-lo, tento estimular também a mim mesmo, pois dependo urgentemente de
seguir pelo bom caminho, de voltar para casa.
Nossa Senhora em todas as aparições recentes
tem recomendado, tem exigido, a recitação do santo rosário, pelo menos a
recitação do terço diariamente. Ora, se a Mãe de Deus nos pede tal coisa, como
algo urgente, como algo imprescindível à salvação do mundo, será que temos o
direito de ignorá-lo?
Acabo de retornar de uma viagem à
Espanha. Tive o privilégio de visitar Salamanca, Alba de Tormes, Toledo e
Ávila, quatro cidades teresianas. A Espanha, país de tantos e tão grandes
santos, tem hoje igrejas vazias. Pelo menos no microcosmo em que me encontrei,
quase só vi idosos nas missas e, mesmo assim, em reduzido número. Parece haver
ortodoxia no clero, mas falta-lhe vida, fogo, vigor, entusiasmo, paixão. Ali a
fé parece ter se cansado, tornando-se quase exclusivamente um dever burocrático.
Não se trata mais do amor apaixonado por uma Pessoa que continua no meio de
nós.
No Brasil, em muitas partes falta
ortodoxia ao clero, fidelidade ao Papa e ao Magistério. Contudo, nossas missas
são cheias e estão repletas de jovens. O catolicismo no Brasil ainda é uma força
pulsante. Infelizmente, há também relações promíscuas de membros do clero, de
setores da CNBB, com partidos de esquerda, o que revela uma crise de
identidade, pois catolicismo e socialismo são duas coisas totalmente
incompatíveis.
Entretanto, não estamos sós. Deus está
conosco. Nossa Senhora prometeu sua ajuda a quem rezar o rosário. Será que
estamos pedindo? Será que estamos invocando o auxílio de Deus para as próximas
eleições? Será que estamos convencidos de que pôr os joelhos no chão é
indispensável nessa hora dramática? Pouco adianta o nosso inconformismo anão, a
nossa histérica revolta de Facebook. O caso é grave. É gravíssimo. É preciso
rezar e agir. Agir muito. Partir para o convencimento homem a homem. Um a um. Mas
sobretudo rezar.
Peçamos a Deus que não nos entregue a
nós mesmos. Que não nos puna, que não nos entregue à nossa própria sorte, ao
castigo que justamente merecemos. Por enquanto, ainda temos liberdade para
falar algumas coisas, contudo, se o processo evidente de implantação do
socialismo no Brasil continuar, haverá perseguições, prisões, mártires, choro e
ranger de dentes.
O Estado ideológico não admite o debate.
Ele tenta tomar o lugar da nossa consciência, aniquilando a nossa própria ética
e o nosso senso moral. O Estado ideológico parte para a imposição truculenta e
para a criminalização das opiniões divergentes. Imiscui-se em assuntos
eminentemente privados, penetrando na vida familiar e na privacidade dos
indivíduos. Até quando fecharemos os olhos para o que se passa em Cuba, na
Venezuela, no Equador, na Argentina? Até quando seremos omissos? Tentaremos
gritar somente depois de nos cortarem as gargantas?
Parece que não estamos percebendo que,
em países vizinhos e alinhados ideologicamente ao partido que está no poder, os
veículos de comunicação que manifestam discordância do governo são fechados,
sendo a própria discordância criminalizada. Políticos de oposição são
perseguidos e presos, pura e simplesmente por contestarem a “verdade oficial”.
A incursão do Estado na vida privada dos indivíduos com a “Lei da Palmada”, com
a tentativa de criminalização das opiniões discordantes do homossexualismo
travestida de combate à homofobia deveria levar-nos a refletir mais detida e
seriamente.
A alternância no poder nas próximas
eleições é crucial. É questão de vida ou morte. Muitos já concluíram que, se o
partido que se encontra no poder for reeleito, a única solução poderá ser
deixar o país e tentar a vida no estrangeiro. Nós temos a possiblidade ainda de
reverter um nefasto processo que está em curso e adiantado. Ditaduras não se
implantam do dia para a noite. Elas vão nascendo e mostrando as garras aos
poucos, silenciosamente. Alimentam-se da nossa frouxidão. Se deixarmos passar
esta oportunidade que a providência de Deus nos oferece – as próximas eleições
–, poderá ficar tarde demais.
Façamos tudo o que estiver ao nosso
alcance. Servindo-nos dos meios ascéticos, especialmente da recitação contínua do
terço, tentemos convencer homem a homem. Deus fará o resto.
Paul Medeiros Krause
Prezado Paul, boa tarde!
ResponderExcluirEntendo sua preocupação com o futuro do nosso País e parabenizo-o por isso. Como você sou católico e acho também que o voto consciente é a solução. No entanto, vejo que não estamos à beira de uma catástrofe, como você diz. Não sou adepto do governo atual, mas vejo que cumpriu seu papel de forma adequada, apesar dos inúmeros problemas que temos. Evidentemente, isso não significa que não precisamos mudar. Entendo que vivemos em um País com uma democracia sólida e qualquer governante que quebre as regras do jogo será afastado do poder. Posicionamentos fundamentalistas não combinam com nosso jeito de ser.
Que Deus ilumine você e o nosso povo. Um abraço. Júlio César Vasconcelos (caesarius@caesarius.com.br)
Prezado Júlio,
ExcluirObrigado por seus comentários. Infelizmente, não ando tão otimista quanto você. A meu ver, quase todas as instituições no Brasil estão corroídas, quase inteiramente dissolvidas. Mais quatro anos no poder, e o PT corroerá e dissolverá tudo. Vivemos tempos sombrios, de ditadura disfarçada. A meu ver, o seu posicionamento é um pouco ingênuo.
Um abraço,
Paul