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segunda-feira, 30 de novembro de 2015
SONETO INCENDIÁRIO
Ó, m'a gata sublime, borralheira,
Cândida criança de branca neve,
Por ti se torna minh'alma mais leve
E se arrepia toda a minha cabeleira.
Água límpida, tíbia cachoeira,
A ti, amor, que meu destino leve,
Do peito, o coração, perfume breve,
Da boca uma canção que cante inteira.
Tua beleza como o oceano vasta,
Que oculta frutos, estrelas, cavalos,
De minh'alma destrói tudo o que encarde.
Inflama meu fogão e dá estalos,
Ó chama que consome, mas não arde!,
E da face fria o franzir afasta.
Paul Medeiros Krause, 1992, após ter lido o "Livro de Sonetos" de Vinícius de Moraes.
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