Tenho observado que o espantoso fenômeno da alienação é uma doença comum, uma espécie de cegueira da alma. Há alguns comportamentos, algumas reações, tão descompassados, tão desconectados da realidade, que só podem explicar-se por uma espécie de doença do espírito, que normalmente ocorre no meio de grupos.
Existe o louco, o alienado individual. Mas parece mais comum o alienado coletivo, que possui as mesmas taras e alienações do seu grupinho, às vezes não tão pequeno. Um cidadão que esbraveje "golpe!" contra o impeachment só pode ser um perturbado, um alienado moral, um demente, um esquizofrênico. É alguém que não habita no Brasil, que não tem os pés no planeta terra.
Eu poderia aqui trazer números, mencionar a grande coleção de indústrias e estabelecimentos comerciais fechados, o aumento da taxa de suicídio, causado pela indevida e desarrazoada intromissão do Estado nas economias domésticas, mas de nada adiantaria. Sem a cura da cegueira, sem boa vontade, sem simpatia pela verdade, é impossível uma discussão saudável. O alienado é o cego do espírito, o cego pela vontade. É o macaco de imitação que copia o seu grupinho. É o indivíduo incapaz de ver-se criticamente e de ver, numa crítica saudável, sincera, verdadeira, os círculos à sua volta.
Creio que o caso exija muita oração e vida ascética porque deve haver alguma participação do espírito das trevas, do pai da mentira, nessas alienações, nessas alucinações coletivas.
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