quinta-feira, 22 de junho de 2017

SOLENIDADE DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS




Amanhã: Solenidade do Sagrado Coração de Jesus. Uma das poucas sextas-feiras do ano em que a Igreja suspende a abstinência de carne.

"Vinde a mim todos os que estais cansados sob o peso do vosso fardo e vos darei descanso. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para vossas almas, porque meu jugo é suave e meu fardo é leve." (Mt 11, 28-30)


sexta-feira, 16 de junho de 2017

O CIENTIFICISMO

 
O que a Ciência não nos pode dar.
 
1. Vale a pena dedicar um capítulo a alguns fenômenos produzidos pela radioatividade nominalista. Comecemos aqui pelo Cientificismo. Como atrás já dissemos, esse termo não designa o maior incremento de pesquisas, o maior ardor de estudo nos domínios das ciências naturais. Tudo isto, em si, é bom. O que não é bom é o estado de espírito que coloca a Ciência da natureza na presidência de uma civilização, depois da abdicação da Sabedoria. Uma vez que a inteligência não alcança as coisas superiores, apliquemo-la nesse trabalho de apalpar os fenômenos para deles tirar uma nova confiança em nós mesmos, e para ordenhar a nosso gosto essa imensa mãe telúrica, brutal, que às vezes, no seu sono pesado, mata os próprios filhos.
 
Esse estado de espírito, nos primeiros tempos, produzirá uma grande euforia. A humanidade, depois de descobrir a pólvora, o movimento dos astros, a força do vapor, o poder mágico da eletricidade, terá, como teve no Século XVIII e XIX, momentos de exultação.
 
A cândida ideia que ocorrerá a muitos espíritos é a seguinte: na continuação dos tempos, a Ciência polirá todas as arestas do Velho Homem, iluminará todas as trevas, resolverá todas as dificuldades. Ora, essa ideia, comicamente falsa, extravagantemente falsa, foi difundida e tornou-se o ar que respiramos e a água que bebemos; e isto só aconteceu porque a Civilização Ocidental Moderna já não tinha à sua presidência os dados da antiga sabedoria. Se a tivesse, ouviria a censura clara e irrefutável: a ciência dos elementos exteriores aumenta o domínio do homem sobre eles, mas não acrescenta nada ao domínio do homem sobre si mesmo. Conhecer a natureza inferior é bom; conhecê-la em detrimento do conhecimento da alma e de Deus não é bom. Uma civilização, uma cultura, uma sociedade não podem ser presididas pela Ciência, que é cega, surda e muda para os problemas mais comuns e mais profundos de nossa humanidade.  Como já tivemos ocasião de salientar, a Ciência pode nos dizer que nossos pulmões estão anormais e devem ser tratados desta ou daquela maneira; mas é inteiramente incapaz de nos sugerir o que podemos nós fazer com pulmões normais. A Ciência pode proporcionar-nos veículos aperfeiçoados para nossos deslocamentos; mas é incompetente, destituída de qualquer recurso, para nos aconselhar aonde devemos ir, e aonde não convém irmos. A respeito das coisas mais triviais, o amor, a felicidade dos filhos, a alegria de ter amigos, a Ciência embatuca, ou então, irritada, trata essas coisas com desprezo; em compensação torna-se loquaz e abundante se a consultarmos sobre logaritmos, temperatura do sol, propriedades das elipses, e outras coisas desse jaez.
 
Não estamos criticando nem ridicularizando a Ciência. Ponham-na em seu lugar próprio, e seremos os primeiros a admirá-la, e até a agradecer-lhe o favor de inspirar os médicos e farmacêuticos que asseguram a sobrevivência que nos permite escrever estas linhas. Ponham-na, porém, no altar, ou nas abóbodas das idades: reclamaremos e gritaremos que nesta posição ela se transformará em calamidade.
 
O bem-estar conquistado pela ciência não causa elevação humana no sentido próprio do termo; mas condiciona-a favoravelmente. Ainda mesmo nos problemas técnicos, onde parece soberana a ciência, no seu duplo aspecto teórico e prático, quem traz a última decisão é a filosofia. Tomemos por exemplo o problema dos telefones no Rio de Janeiro. Estamos há quase vinte anos sem poder instalar os telefones pedidos. Será técnico o problema? Será econômico? Será físico, químico, astronômico? Não. O problema é filosófico e religioso: não temos telefones por causa da atuação de uma seita bárbara que professa uma filosofia ou uma religião chamada "nacionalismo". Eles dizem que nos defendem, e o resultado é que não temos o aparelho inventado há 100 anos e profusamente distribuído na face da terra.
 
A Ciência e a Técnica cuidam de coisas utilíssimas, e por isso mesmo lhes escapam as coisas que transcendem o útil, e que são as que mais importam. Dão-nos cem, duzentas, mil, um milhão de coisas úteis e boas; mas um milhão de coisas úteis e boas não conseguem integrar-se num bem de outra ordem, a que aspira a alma humana. Um milhão de maravilhas da ciência não consolam o namorado infeliz; não detêm as lágrimas do pai que perdeu o mais belo dos meninos; não interessam ao santo que procura maior amor de Deus.
 
E ainda é pouco dizer somente a incapacidade da Ciência. Posta em lugar que não lhe pertence, ela se torna foco da corrupção e do aviltamento. De onde nos vem o mal de não perceberem todos isto que aqui escrevemos? Vem deste fato: a Ciência, muito mais do que a Filosofia e a Teologia, ao menos aparentemente, é imediatamente remuneradora, é facilmente transmissível, e é progressiva de um modo que salta aos olhos e desafia quaisquer contestações. O período da história que temos diante de nós – imaginamos estar às portas da Renascença e de costas para a Idade Média – caracterizou-se especialmente por gloriosas conquistas da Ciência e pelo correlato enorme prestígio da Ciência, em detrimento da Metafísica e da Religião. O homem encontrava na Ciência a prova de sua maturidade, de sua autonomia e do seu senhorio sobre os reinos da Natureza.
 
 
* Extraído de: Gustavo Corção, "Dois amores – duas cidades". Rio de Janeiro: Agir, 1967.


SÃO DOMINGOS E SUA ORDEM

 
Segundo a vontade de S. Domingos, e conforme a aprovação da Igreja, o Frade Pregador se consagra ao ministério apostólico. Sua vida se dedica, por amor de Deus, à salvação das almas. Sendo, entretanto, necessário escolher entre as inúmeras obras de caridade espiritual, adota ele, como objeto especial de sua vocação – a salvação das almas pela pregação da doutrina.
 
O Frade Pregador procura, antes de mais nada, transmitir aos homens a verdade divina: aos fiéis, expondo-lhes as riquezas da fé; aos transviados, esforçando-se por esclarecê-los e reconduzi-los ao bom caminho; e até, por meio de longínquas missões, aos infelizes habitantes dos países não civilizados, adormecidos ainda na noite do paganismo. O Frade Pregador é, pois, essencialmente, um apóstolo.
 
No dizer de Sto. Tomás de Aquino, esta é a mais perfeita das obras de caridade: "Ocupar-se da salvação espiritual do próximo, diz ele, é muito mais útil do que prover às suas necessidade corporais. É uma obra que sobreleva a qualquer outra, do mesmo modo que a alma ao corpo. Mais eficazmente que as outras, ela alcança a glória de Deus, a quem nada é mais agradável do que o zelo pelas almas".
 
A Ordem Dominicana é, essencialmente, apostólica. Mas é preciso bem compreender esse termo apostólico e conservar-lhe o sentido que que lhe atribui a tradição. É neste caso que ele designa o caráter específico da Ordem Dominicana.
 
Os teólogos dividem as diversas sociedades religiosas em três grupos: os institutos de vida ativa, que se incumbem dos enfermos, do ensino, e da pregação; os de vida contemplativa, que se consagram totalmente à contemplação das coisas divinas; enfim, os de vida mista, cuja finalidade é a contemplação frutificando pelo apostolado. A estes últimos, os doutores reservam o título de apostólicos quando distinguem as ordens religiosas.
 
Segundo a doutrina comum, precisada por Sto. Tomás com a sua maestria habitual, devem-se colocar acima das Congregações ativas as contemplativas, pois a contemplação é superior às obras exteriores. Mas, ainda mais elevados são os institutos de vida mista ou apostólicos. De fato, acrescenta o Doutor Angélico, é "melhor distribuir aos outros os frutos de sua contemplação do que viver a contemplar simplesmente, assim como há mais perfeição em arder e iluminar ao mesmo tempo, do que em somente arder". A vida mista ou apostólica é mais perfeita que a vida exclusivamente contemplativa. Ela encerra a perfeição da vida ativa e da contemplativa.
 
 
* Extraído do livro: "São Domingos e sua ordem", Frei M. Vicente Bernadot, O.P., 2.ª edição, Gráfica Olímpica Editora, Rio de Janeiro.

 

ANIVERSÁRIO DE NASCIMENTO DE SÃO DOMINGOS

 
São Domingos de Gusmão, o grande apóstolo ou criador do rosário, nasceu em Caleruega, Espanha, próxima a Burgos, em 24 de junho de 1270. Como se trata do Pai de todas as confrarias do rosário, convido o leitor a rezar a novena em honra de São Domingos, entre os dias 15 a 23 de junho, em preparação e em comemoração do seu aniversário de nascimento, que coincide com a natividade de São João Batista.
 
A novena foi postada abaixo. Para facilitar, deixo o link:
 
 

segunda-feira, 12 de junho de 2017

SIMONIA


Dizem os Atos dos Apóstolos, salvo engano no Capítulo 8, que Simão, o Grande, também chamado de Simão, o Mago, quis comprar de São Pedro o poder de transmitir o Espírito Santo. Do seu nome decorre o termo simonia.

De vez em quando, aqui e acolá, vejo paróquias ou santuários vendendo água benta ou objetos sagrados já benzidos. Isso é errado e grave! É o delito de simonia, de querer comprar ou vender as bênçãos de Deus. Não se podem comprar ou vender coisas bentas. Podem apenas ser doadas. A justificativa de praticidade não autoriza o desrespeito ao sagrado.