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sexta-feira, 6 de março de 2015
ERA UMA VEZ DUAS HANS...
que nasceram
irmãs.
Uma chamava-se
Hamma, a outra,
Hanna.
As duas hans
queriam,
entre outros afãs,
se casar.
Mas, só havia
um sapo.
O sapo até
que parecia galã
para um sapo.
Seu nome era Kelsen.
Kelsen amava
outra han,
a Norma.
Norma era afim
de outro sapo, Frederico,
que, como todos os outros
anfíbios machos dali,
passaram daquele brejo para um melhor,
na guerra com os cem Kães.
Os Kães dilaceraram os sapos
e girinos (você sabe o que é verde parado
e vermelho mexendo-se?)
Kelsen sobreviveu
porque, habilíssimo com a funda,
com pedras agudas
perfurava os 'caputs' kaninos.
Naquele brejão,
sobraram
as hans e o Kelsen.
As duas hans irmãs,
diante da hecatombe,
tomaram suas trouxas
e saltaram pelo mundo.
Norma fez terapia
e se casou com Kelsen,
que envelheceu feliz
e comprou um Corsa 16 válvulas.
* Publicado originariamente no Jornal "Voz Acadêmica", dos estudantes da Faculdade de Direito da UFMG, na edição de março de 1996.
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