Se eu fosse padre, advertiria as pessoas com muita frequência sobre um erro comum a muitíssimos católicos, infelizmente: nas missas dominicais, ou chegam atrasados, ou saem antes da hora. Nem vou falar dos que mastigam chicletes, entram na igreja comendo, bocejam alto na hora da homilia, ficando escornados nos bancos, conversando, mexendo no celular etc. Além da reverência ao sagrado, as pessoas perderam as mais comezinhas noções de educação, de polidez, de finesse.
É mandamento da Igreja e constitui matéria grave assistir missa inteira aos domingos e nos dias santos de guarda. O mandamento pode ser cumprido assistindo-se à missa do dia anterior, a partir do meio-dia. Que quer dizer matéria grave? Quer dizer que o descumprimento voluntário e consciente da obrigação resulta na perda da comunhão com Deus, isto é, em pecado mortal. Não se trata, pois, de questão de pouca importância.
Mas que é assistir missa inteira? Desde o sinal da cruz inicial até a bênção final.
Qualquer pessoa minimamente educada sabe que, quando se vai a algum evento ou cerimônia em que está presente alguma autoridade, deve-se chegar antes dela e sair depois dela. Chegar depois da autoridade ou ir embora antes dela demonstra-lhe pouco apreço, pouco respeito à sua dignidade. Ora, o padre é uma autoridade, atua na pessoa de Cristo, e merece esse tipo de reverência e ainda mais. Na verdade, quem celebra a missa é Cristo. Como nos atrevemos a chegar depois Dele ou sair antes Dele? Na missa, o mais correto é chegar à Igreja antes de o padre entrar para celebrar e só ir embora depois que ele sair, no canto final. Cumpre-se o preceito, todavia, assistindo-se do sinal da cruz inicial até a bênção final.
Procuremos seguir com delicadeza esse mandamento da Igreja. Tenhamos delicadeza com Cristo. Mais do que isso: tenhamos sempre presente que ser católico não é aderir a um corpo de doutrina ou um código moral; é aderir a uma Pessoa: Cristo. Como consequência da nossa amizade, da nossa adesão a essa Pessoa, nós acreditamos no que Ela diz e fazemos o que Lhe agrada. Viver bem o catolicismo nada mais é do que viver bem e estreitar a nossa amizade, a nossa relação pessoal, com Cristo. Nos sacramentos Cristo atua com todo o seu poder e eficácia. Somos amigos de Cristo quando fazemos o que Ele manda, por sua Igreja, e não o que nós queremos ou determinamos como certo.