quarta-feira, 30 de julho de 2014

NOVENA A SÃO DOMINGOS – 9.º DIA – 7 DE AGOSTO: AMOR AOS SEUS FILHOS



 
* Nossa Senhora e o Menino, São Domingos e Santo Tomás, de Fra Angelico.

 

ORAÇÕES PARA ANTES DA LEITURA

 

 

Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor.

 

V. Enviai, Senhor, o vosso Espírito e tudo será criado.

 

R. E renovareis a face da terra.

 

Oremos: Ó Deus, que instruístes os corações dos vossos fiéis com as luzes do Espírito Santo, fazei que nos regulemos pelo mesmo Espírito e gozemos sempre das suas consolações. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

R. Amém.

 

Dulcíssimo Pai S. Domingos, tende compaixão dos aflitos, dos pobres peregrinos e desterrados do Céu, não desprezeis as nossas humildes súplicas, mas livrai-nos de todos os perigos e, pelas vossas santas orações, transportai-nos para o Reino da segurança e da paz.

 

V. Bom Jesus, pela oração de Domingos,

 

R. fazei que nos tornemos agradáveis a vossos olhos.

 

Oremos: Concedei-nos, Deus Onipotente, Vos pedimos, que os exemplos do glorioso Patriarca S. Domingos nos levem a uma vida melhor, a fim de que, honrando a sua memória, imitemos também as suas virtudes. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

R. Amém.

 

 

LEITURA

NONO DIA

 

AMOR DE S. DOMINGOS AOS SEUS FILHOS

 

 

S. Domingos amava a todos e de todos era amado, exceto dos inimigos da Igreja; mesmo para estes, porém, tinha palavras fraternas e exortações caridosas. Mostrava-se sempre amável, simples e alegre: “Ninguém mais afável, ninguém mais jovial. O seu rosto brilhava com uma luz doce e amável, e nada perturbava a tranquilidade da sua alma; mas comovia-se perante a miséria do próximo”, no dizer do Beato Jordão.

 

Não chegou ele a vender os manuscritos, os livros e tudo o que tinha, quando ainda estudante em Palência, para socorrer os pobres famintos?! “Não quero – dizia ele – estudar em peles mortas, quando há homens que morrem de fome”. Uma outra vez chegou a oferecer-se para ser vendido, a fim de libertar um homem cuja extrema pobreza era o obstáculo principal à sua saída do cativeiro.

 

Estimava e amava todas as Ordens religiosas e queria que seus filhos partilhassem essa estima e amor. Mas era bom particularmente para com os seus filhos.

 

Nas tentações e aflições não havia melhor consolador. Cheio de solicitude, interrompia, de noite, as suas orações e ia ver se os irmãos descansavam bem. Nas viagens era severo para consigo, mas dispensava facilmente os outros. Sóbrio para si, queria que os outros fossem abundantemente servidos. Os hábitos que lhe davam distribuía-os pelos irmãos.

 

Quando via algum irmão cometer uma falta, não lhe poupava o castigo, mas afligia-se por se ver obrigado a castigar, e fazia-o com palavras e maneiras tão suaves e tão humildes que todos se retiravam consolados.

 

Quantas vezes não fez o Senhor milagres, a pedido de Domingos, para vir em auxílio de seus filhos, quer no espiritual, quer no temporal. Por duas vezes faltou o pão no refeitório, mas apareceram dois belos jovens, que colocaram diante de cada religioso um pão e figos.

 

Uma noite, um anjo guiou S. Domingos através das ruas de Roma, desde S. Xisto até Santa Sabina, para impedir um noviço de fugir do convento.

 

Bastava, muitas vezes, fazer apelo ao seu coração compassivo para que S. Domingos, apesar da sua grande humildade, pedisse a Deus um milagre.

 

Dispersava, semeava, por assim dizer, os irmãos pela Europa, não obstante o conselho contrário de pessoas ilustres e amigas, para fundar conventos; enviava outros a pregar, embora pouco dotados, dizendo-lhes: “Ide com confiança porque o Senhor vos inspirará o que haveis de dizer”. E tudo lhes corria bem, porque Domingos os acompanhava com as suas orações.

 

Na sua última doença, chamou para junto de si os noviços. Consolou-os e exortou-os ao bem com palavras doces e amáveis e rosto sorridente.

 

Durante a sua agonia, alguém lhe diz: “Pai, sabeis em que desolação nos deixais; lembrai-vos de nós e orai por nós junto do Senhor”.

 

Então ele, levantando os olhos ao céu, orou: “Pai santo, Vós sabeis como me tenho aplicado a fazer a vossa vontade, e aqueles que me destes Eu os guardei e conservei. Eu vo-los confio, por minha vez. Conservai-os e guardai-os”.

 

Como alguns religiosos insistissem, ele declarou-lhes: “Ser-vos-ei mais útil e vos ajudarei mais eficazmente após a minha morte do que durante a vida”. E, com efeito, os seus filhos têm, durante os séculos, sentido a realização da sua promessa. S. Domingos, numa conversa confidencial com um religioso da Ordem de Cister, disse-lhe: “Confesso-vos que nunca, em toda a minha vida, pedi alguma coisa a Deus que Ele me recusasse”.

 

Tenhamos confiança no Santo Patriarca. Ele foi um grande servo de Deus e, por conseguinte, goza de grande poder de intercessão. Junto de Jesus e Maria ele segue todos os passos da nossa vida e, como é bom pai, está pronto a interceder sempre por nós.

 

Sejamos dignos dele, procurando imitá-lo e reproduzi-lo na nossa vida, para merecermos, um dia, ser colocados debaixo do manto de Maria.

 

 

ORAÇÃO PARA DEPOIS DA LEITURA

 

Louvado seja o nosso Redentor, que, querendo salvar todos os homens, deu ao mundo S. Domingos de Gusmão.

 

V. Coração de Jesus, abrasado de amor por nós.

 

R. Abrasai o nosso coração de amor por Vós.

 

Oremos: Senhor Jesus Cristo, que dissestes: pedi e recebereis, procurai e achareis, batei e abrir-se-vos-á, nós Vos pedimos, pelos méritos do vosso fiel servo Domingos e de vossa Mãe Santíssima, protetora e advogada da Ordem, e pela bondade inesgotável do vosso Coração, nos concedais as graças que humildemente Vos pedimos nesta novena, para que, seguindo fielmente os vestígios do nosso glorioso Patriarca S. Domingos, possamos com ele louvar-Vos e glorificar-Vos por toda a eternidade.

 

R. Amém.

 

 

RESPONSÓRIO DO PATRIARCA S. DOMINGOS

 

 

R. Oh admirável esperança, que destes aos que na hora da vossa morte choravam a vossa ausência, prometendo-lhes que, depois dela, havíeis de ser-lhe mais útil! Cumpri, ó Pai, o que prometestes, ajudando-nos com os vossos rogos.

 

V. Vós que resplandecestes com tantos milagres nos corpos dos enfermos, trazei-nos o socorro de Cristo, curai-nos da perversidade e corrupção dos costumes.

 

R. Cumpri, ó Pai, o que prometestes, ajudando-nos com os vossos rogos.

 

V. Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.

 

R. Cumpri, ó Pai, o que prometestes, ajudando-nos com os vossos rogos.

 

V. Rogai por nós, Bem-aventurado Pai S. Domingos.

 

R. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

 

Oremos: Ó Deus, que Vos dignastes iluminar a santa Igreja com os merecimentos e a doutrina do Bem-aventurado Domingos, vosso confessor e nosso Patriarca, concedei-nos, por sua intercessão, a graça de sermos socorridos nas necessidades temporais e de crescermos sempre mais nos bens espirituais. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.

 

R. Amém.

 

 

 

Fonte: Novena a S. Domingos. Vários autores. 2. ed. actualizada. Editorial Apostolado do Rosário: Fátima (Portugal), 2006.

NOVENA A SÃO DOMINGOS – 8.º DIA – 6 DE AGOSTO: DEVOÇÃO A MARIA


 

 

ORAÇÕES PARA ANTES DA LEITURA

 

 

Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor.

 

V. Enviai, Senhor, o vosso Espírito e tudo será criado.

 

R. E renovareis a face da terra.

 

Oremos: Ó Deus, que instruístes os corações dos vossos fiéis com as luzes do Espírito Santo, fazei que nos regulemos pelo mesmo Espírito e gozemos sempre das suas consolações. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

R. Amém.

 

Dulcíssimo Pai S. Domingos, tende compaixão dos aflitos, dos pobres peregrinos e desterrados do Céu, não desprezeis as nossas humildes súplicas, mas livrai-nos de todos os perigos e, pelas vossas santas orações, transportai-nos para o Reino da segurança e da paz.

 

V. Bom Jesus, pela oração de Domingos,

 

R. fazei que nos tornemos agradáveis a vossos olhos.

 

Oremos: Concedei-nos, Deus Onipotente, Vos pedimos, que os exemplos do glorioso Patriarca S. Domingos nos levem a uma vida melhor, a fim de que, honrando a sua memória, imitemos também as suas virtudes. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

R. Amém.

 

 

LEITURA

OITAVO DIA

 

DEVOÇÃO DE S. DOMINGOS A MARIA

 

 

A devoção a Maria, Mãe de Jesus, faz necessariamente parte da vida cristã. Não há santo algum que não lhe tenha rendido fervoroso culto. Porém, alguns distinguem-se pela sua singular piedade filial para com a Rainha dos Céus; S. Domingos é um deles.

 

Contam as antigas crônicas que, ainda antes da Ordem existir, já fora revelado a almas piedosas que a Santíssima Virgem pedira a sua fundação a seu divino Filho.

 

E S. Domingos viu em Roma, numa visão extática, que Nosso Senhor, desagradado com o mundo, queria destruí-lo; mas a Virgem piedosa, de joelhos, apresentava-Lhe dois dos seus servos, Domingos e Francisco, para o regenerar, e que, então, Jesus se deixou aplacar.

 

S. Domingos e a sua Ordem existiram graças às orações e intercessão da Santíssima Virgem. Nos Diálogos de Santa Catarina, lê-se que o Pai Eterno lhe diz: “Domingos foi uma luz que dei ao mundo por intermédio de Maria: foi Ela que lhe deu o hábito, foi a Ela que a minha bondade confiou esse encargo”. Com efeito, quanto S. Domingos pedia a cura do Beato Reginaldo, que se encontrava doente, Nossa Senhora apareceu a este, curou-o e deu-lhe o escapulário, a parte principal do hábito dominicano. Como Ela velava pela Ordem, à qual chamava a “Sua Ordem”!

 

Quem não recordará, com ternura, aquelas noites em que S. Domingos, estando em oração, via Nossa Senhora, acompanhada de duas santas, ir pelo dormitório a abençoar os irmãos enquanto dormiam!

 

O Beato Jordão, sucessor imediato de S. Domingos no governo da Ordem, e que, para alcançar a proteção da Rainha dos Anjos, introduziu o canto da Salve Rainha depois das Completas, conta que muitas vezes a Santíssima Virgem, ao ouvir cantar “Eia, pois, advogada nossa”, se prostrava diante do seu Filho e orava pela conservação da Ordem.

 

Uma vez, estando S. Domingos em oração, viu, em volta de Nosso Senhor e de sua Mãe, religiosos de todas as Ordens, exceto da sua. Começou a chorar amargamente e o Senhor perguntou-lhe por que chorava e se queria ver os seus religiosos. Colocou, então, a mão no ombro de Nossa Senhora e disse a S. Domingos: “Confiei a tua Ordem à minha Mãe”. Nossa Senhora abriu o seu manto azul, que parecia cobrir o Céu, e deixou ver uma grande multidão de filhos do Santo Patriarca.

 

Sabemos que S. Domingos dedicou o seu primeiro mosteiro a Nossa Senhora de Prouille e, segundo uma tradição, pregava frequentemente sobre Nossa Senhora. Não atribuem a tradição e os Papas a S. Domingos a origem do Rosário, rainha das devoções a Maria, a sua oração predileta, como Ela mostrou, tanto em Lourdes como em Fátima?!

 

O Rosário é uma maneira, ao mesmo tempo simples e profunda, de louvar a Maria, adequada tanto às pessoas pouco cultas como aos grandes sábios.

 

O Rosário bastava para imortalizar S. Domingos e poder afirmar-se que ele foi um dos maiores devotos da Santíssima Virgem.

 

A tradição confirma que por meio do Rosário se converteram muitos pecadores e hereges até ali endurecidos e surdos à pregação do Santo, e a liturgia canta que foi graças à proteção materna de Maria que S. Domingos conquistou para Cristo inúmeras almas.

 

Na hora da morte, lá estava Ela para o levar para o Céu. No momento em que o Santo Patriarca morria, um dos seus filhos ausentes, o Beato Guala, viu o Céu aberto, de onde pendiam duas escadas brancas, pelas quais os anjos subiam e desciam. Em baixo, e entre as duas escadas, estava sentado S. Domingos; no cimo, a Virgem e seu bendito Filho, segurando cada um a sua escada, foram-nas puxando até introduzirem o autor do Rosário na glória eterna.

 

Não podemos ser devotos e filhos de S. Domingos se não formos devotíssimos da Santíssima Virgem. Amemo-la, pois, como filhos, veneremo-La com o santo Rosário, como S. Domingos, e assim mereceremos com ele viver e louvar eternamente a Jesus, sob o manto da Sua bendita Mãe.

 

 

ORAÇÃO PARA DEPOIS DA LEITURA

 

Louvado seja o nosso Redentor, que, querendo salvar todos os homens, deu ao mundo S. Domingos de Gusmão.

 

V. Coração de Jesus, abrasado de amor por nós.

 

R. Abrasai o nosso coração de amor por Vós.

 

Oremos: Senhor Jesus Cristo, que dissestes: pedi e recebereis, procurai e achareis, batei e abrir-se-vos-á, nós Vos pedimos, pelos méritos do vosso fiel servo Domingos e de vossa Mãe Santíssima, protetora e advogada da Ordem, e pela bondade inesgotável do vosso Coração, nos concedais as graças que humildemente Vos pedimos nesta novena, para que, seguindo fielmente os vestígios do nosso glorioso Patriarca S. Domingos, possamos com ele louvar-Vos e glorificar-Vos por toda a eternidade.

 

R. Amém.

 

 

RESPONSÓRIO DO PATRIARCA S. DOMINGOS

 

 

R. Oh admirável esperança, que destes aos que na hora da vossa morte choravam a vossa ausência, prometendo-lhes que, depois dela, havíeis de ser-lhe mais útil! Cumpri, ó Pai, o que prometestes, ajudando-nos com os vossos rogos.

 

V. Vós que resplandecestes com tantos milagres nos corpos dos enfermos, trazei-nos o socorro de Cristo, curai-nos da perversidade e corrupção dos costumes.

 

R. Cumpri, ó Pai, o que prometestes, ajudando-nos com os vossos rogos.

 

V. Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.

 

R. Cumpri, ó Pai, o que prometestes, ajudando-nos com os vossos rogos.

 

V. Rogai por nós, Bem-aventurado Pai S. Domingos.

 

R. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

 

Oremos: Ó Deus, que Vos dignastes iluminar a santa Igreja com os merecimentos e a doutrina do Bem-aventurado Domingos, vosso confessor e nosso Patriarca, concedei-nos, por sua intercessão, a graça de sermos socorridos nas necessidades temporais e de crescermos sempre mais nos bens espirituais. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.

 

R. Amém.

 

 

 

Fonte: Novena a S. Domingos. Vários autores. 2. ed. actualizada. Editorial Apostolado do Rosário: Fátima (Portugal), 2006.

 

NOVENA A SÃO DOMINGOS – 7.º DIA – 5 DE AGOSTO: AMOR A DEUS




*"São Domingos adorando a Crucificação", de Fra Angelico, beato dominicano.
 

 

ORAÇÕES PARA ANTES DA LEITURA

 

 

Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor.

 

V. Enviai, Senhor, o vosso Espírito e tudo será criado.

 

R. E renovareis a face da terra.

 

Oremos: Ó Deus, que instruístes os corações dos vossos fiéis com as luzes do Espírito Santo, fazei que nos regulemos pelo mesmo Espírito e gozemos sempre das suas consolações. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

R. Amém.

 

Dulcíssimo Pai S. Domingos, tende compaixão dos aflitos, dos pobres peregrinos e desterrados do Céu, não desprezeis as nossas humildes súplicas, mas livrai-nos de todos os perigos e, pelas vossas santas orações, transportai-nos para o Reino da segurança e da paz.

 

V. Bom Jesus, pela oração de Domingos,

 

R. fazei que nos tornemos agradáveis a vossos olhos.

 

Oremos: Concedei-nos, Deus Onipotente, Vos pedimos, que os exemplos do glorioso Patriarca S. Domingos nos levem a uma vida melhor, a fim de que, honrando a sua memória, imitemos também as suas virtudes. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

R. Amém.

 

 

LEITURA

SÉTIMO DIA

 

AMOR DE S. DOMINGOS A DEUS

 

 

O amor das almas vai sempre com o amor de Deus ou, antes, procede dele como um rio de uma nascente. Ao considerar o que o Salvador fizera e sofrera para resgatar os homens, S. Domingos sentia-se movido a imolar-se por eles.

 

O amor de Deus penetrou a sua alma e, com todas as suas forças, procurava seguir as pegadas de Jesus. Por isso, passava longas horas diante do tabernáculo a falar com o celeste Amigo. E, mesmo quando tratava com os homens, só queria falar “com Deus ou de Deus”, afirmam quantos com ele viveram. Falava de Deus aos homens, tratava dos homens com Deus.

 

Em viagem, dizia muitas vezes aos seus companheiros: “Ide à frente e pensemos no nosso Salvador”. Era esse grande amor a Jesus que o levava a querer imitá-l’O nos opróbrios e nos sofrimentos. Quantas vezes lhe ouviam exprimir o desejo de ser esquartejado por amor de Jesus Cristo.

 

Para nos convencermos da sua semelhança com Jesus, ouçamos Santa Catarina de Sena. Na tarde do dia 4 de agosto de 1371, teve esta santa uma visão: apareceu-lhe o Todo-Poderoso sob forma humana. Da sua boca saía o Verbo Eterno feito homem, e do seu peito saía Domingos, todo brilhante: “Minha filha – dizia-lhe o Eterno Pai –, eu gerei estes dois filhos: um por natureza e o outro por doce adoção”.

 

Como ela se admirasse ao ver um santo comparado a Jesus Cristo, Deus Pai disse-lhe: “Quando o meu Filho, gerado por natureza, revestiu a forma humana obedeceu-me até à morte. Domingos, meu filho de adoção, seguiu a minha vontade em todas as coisas, desde o seu nascimento até ao último instante da sua vida. Nunca transgrediu um só dos meus mandamentos; nunca violou a virgindade da sua alma nem do seu corpo. Conservou sempre a graça do batismo que o regenerara.

 

Meu filho por natureza, o Verbo Eterno, pregou publicamente ao mundo o que eu lhe encarregara. Como Ele mesmo disse a Pilatos, deu testemunho da verdade. Também meu filho adotivo, Domingos, pregou ao mundo a verdade das minhas palavras; falou aos hereges e aos católicos. A sua pregação continua e continuará sempre através dos seus filhos.

 

Assim como o meu Filho por natureza dispersou os seus discípulos pelo mundo, meu filho por adoção dispersou os seus irmãos. Meu filho por natureza é o meu Verbo; meu filho por adoção é o arauto, o ministro do meu Verbo; por isso, lhe dei a ele e à sua Ordem a inteligência das minhas palavras e a fidelidade à minha vontade.

 

Meu Filho por natureza fez tudo para resgatar as almas; salvar os homens pela sua Ordem foi o principal objetivo de Domingos; Eu o comparo, pois, a meu Filho por natureza, com cuja vida Domingos conformou a sua. Tu vês que até no seu corpo se assemelhou ao corpo sagrado de Jesus Cristo”.

 

A visão terminou. Tocavam para Vésperas, e Catarina perguntou ao seu confessor: “Não avistais Domingos na glória? Eu vejo-o como vos vejo a vós; está-me até mais presente do que vós. Como Jesus Cristo, ele tem o rosto oval, a fisionomia séria mas doce, a barba e os cabelos ruivos”.

 

Peçamos a S. Domingos que nos comunique uma centelha do fogo divino que abrasava o seu coração, e que, pouco a pouco, nos vá transformando e tornando mais semelhante a Jesus.

 

Deve ser este o nosso ideal, visto ser o fim para que fomos criados.

 

 

ORAÇÃO PARA DEPOIS DA LEITURA

 

Louvado seja o nosso Redentor, que, querendo salvar todos os homens, deu ao mundo S. Domingos de Gusmão.

 

V. Coração de Jesus, abrasado de amor por nós.

 

R. Abrasai o nosso coração de amor por Vós.

 

Oremos: Senhor Jesus Cristo, que dissestes: pedi e recebereis, procurai e achareis, batei e abrir-se-vos-á, nós Vos pedimos, pelos méritos do vosso fiel servo Domingos e de vossa Mãe Santíssima, protetora e advogada da Ordem, e pela bondade inesgotável do vosso Coração, nos concedais as graças que humildemente Vos pedimos nesta novena, para que, seguindo fielmente os vestígios do nosso glorioso Patriarca S. Domingos, possamos com ele louvar-Vos e glorificar-Vos por toda a eternidade.

 

R. Amém.

 

 

RESPONSÓRIO DO PATRIARCA S. DOMINGOS

 

 

R. Oh admirável esperança, que destes aos que na hora da vossa morte choravam a vossa ausência, prometendo-lhes que, depois dela, havíeis de ser-lhe mais útil! Cumpri, ó Pai, o que prometestes, ajudando-nos com os vossos rogos.

 

V. Vós que resplandecestes com tantos milagres nos corpos dos enfermos, trazei-nos o socorro de Cristo, curai-nos da perversidade e corrupção dos costumes.

 

R. Cumpri, ó Pai, o que prometestes, ajudando-nos com os vossos rogos.

 

V. Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.

 

R. Cumpri, ó Pai, o que prometestes, ajudando-nos com os vossos rogos.

 

V. Rogai por nós, Bem-aventurado Pai S. Domingos.

 

R. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

 

Oremos: Ó Deus, que Vos dignastes iluminar a santa Igreja com os merecimentos e a doutrina do Bem-aventurado Domingos, vosso confessor e nosso Patriarca, concedei-nos, por sua intercessão, a graça de sermos socorridos nas necessidades temporais e de crescermos sempre mais nos bens espirituais. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.

 

R. Amém.

 

 

 

Fonte: Novena a S. Domingos. Vários autores. 2. ed. actualizada. Editorial Apostolado do Rosário: Fátima (Portugal), 2006.

NOVENA A SÃO DOMINGOS – 6.º DIA – 4 DE AGOSTO: ZELO DAS ALMAS




* Observe-se o quadro de Caravaggio: Nossa Senhora aponta o Rosário pendente das mãos de São Domingos, a quem as pessoas acorrem implorando auxílio.
 
 

ORAÇÕES PARA ANTES DA LEITURA

 

 

Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor.

 

V. Enviai, Senhor, o vosso Espírito e tudo será criado.

 

R. E renovareis a face da terra.

 

Oremos: Ó Deus, que instruístes os corações dos vossos fiéis com as luzes do Espírito Santo, fazei que nos regulemos pelo mesmo Espírito e gozemos sempre das suas consolações. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

R. Amém.

 

Dulcíssimo Pai S. Domingos, tende compaixão dos aflitos, dos pobres peregrinos e desterrados do Céu, não desprezeis as nossas humildes súplicas, mas livrai-nos de todos os perigos e, pelas vossas santas orações, transportai-nos para o Reino da segurança e da paz.

 

V. Bom Jesus, pela oração de Domingos,

 

R. fazei que nos tornemos agradáveis a vossos olhos.

 

Oremos: Concedei-nos, Deus Onipotente, Vos pedimos, que os exemplos do glorioso Patriarca S. Domingos nos levem a uma vida melhor, a fim de que, honrando a sua memória, imitemos também as suas virtudes. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

R. Amém.

 

 

LEITURA

SEXTO DIA

 

S. DOMINGOS E O ZELO DAS ALMAS

 

 

São Domingos amou a verdade porque no seu coração morava um outro amor mais forte: o amor das almas. Queria possuir a ciência, como um auxílio para iluminar os espíritos e conduzi-los ao doce jugo de Cristo.

 

São Domingos foi, sem dúvida, um dos maiores apóstolos que Deus enviou à sua Igreja. “Uma coisa, acima de tudo – diz o Beato Jordão –, pedia ele diariamente a Deus: que lhe desse uma verdadeira caridade, um amor eficaz da salvação dos homens, persuadido de que não seria verdadeiro membro de Cristo se não se consagrasse sem reserva, segundo as suas forças, a conquistar almas, a exemplo do divino Salvador de todos, que Se imolou sem reserva para nossa redenção”.

 

O bem das almas era o seu pensamento predominante. O zelo por elas devorava-o. Lançava mão de todos os meios ao seu alcance para as ajudar e salvá-las.

 

À oração e à penitência, as duas alavancas do apostolado, já vimos como ele se entregava. Em primeiro lugar tratava, junto de Deus, da conversão dos pecadores, persuadido de que nada podemos sem Jesus e ninguém vai a Jesus se o Pai o não atrair.

 

Quantas vezes não o ouviram, nas suas orações noturnas, entre lágrimas, gemer: “Senhor, tende compaixão deste povo! Que será dos pecadores?!”

 

Aos jovens religiosos dizia: “Se não podeis chorar os vossos pecados porque os não tendes, pensai no grande número de pecadores que podem ser preparados para receber a misericórdia divina. Por eles, os profetas e os apóstolos dirigiam ao Céu gemidos; por eles, também Jesus chorou amargamente”.

 

À oração juntava uma vida penitente, recordando-se das palavras da Carta aos Hebreus: “Sem efusão de sangue não há perdão” (9, 22). Desejava o bem de todos, tanto fiéis como infiéis, hereges, muçulmanos e judeus, e chorava até a perda dos condenados. Tinha por hábito, diz a Irmã Cecília, empregar o dia todo na conquista de almas, quer pregando com frequência, quer confessando, quer recorrendo a outras obras de caridade.

 

Pregava sempre que podia, chorando muitas vezes e comovendo os ouvintes: “Onde quer que se encontrasse – diz o Beato Jordão –, em viagem com os Irmãos, em casa com os hóspedes e os seus religiosos, entre os Grandes, os Príncipes ou os Bispos, tinhas sempre palavras de edificação, recorria a exemplos para os levar a amar a Deus e a desprezar o mundo”.

 

O seu zelo levou-o a fundar uma Ordem de Pregadores, o que, para aquele tempo, constituía uma inovação arrojada. Estava convencido de que, quanto mais numerosos fossem os operários, mais almas se salvariam. Por todos os meios, exortava os irmãos a anunciar a Palavra de Deus e pedia-lhes que fossem cheios de solicitude pela salvação das almas.

 

S. Domingos enviava em pregação até os menos dotados, dizendo-lhes: “Ide, que o Senhor estará convosco e porá na vossa boca a palavra da pregação”.

 

Um anseio ele nunca pôde realizar: ser missionário e derramar o seu sangue por Cristo.

 

Com razão representam S. Domingos com um cão ao seus lado, com um facho aceso na boca, tal qual sua mãe, a Beata Joana d’Aza, em sonhos, o vira sair do seu seio, porque iluminou o mundo com a sua doutrina e o abrasou com a sua caridade.

 

Se queremos ser filhos de S. Domingos, amemos as almas, sacrificando-nos por elas e esforçando-nos por salvar o maior número possível.

 

 

ORAÇÃO PARA DEPOIS DA LEITURA

 

Louvado seja o nosso Redentor, que, querendo salvar todos os homens, deu ao mundo S. Domingos de Gusmão.

 

V. Coração de Jesus, abrasado de amor por nós.

 

R. Abrasai o nosso coração de amor por Vós.

 

Oremos: Senhor Jesus Cristo, que dissestes: pedi e recebereis, procurai e achareis, batei e abrir-se-vos-á, nós Vos pedimos, pelos méritos do vosso fiel servo Domingos e de vossa Mãe Santíssima, protetora e advogada da Ordem, e pela bondade inesgotável do vosso Coração, nos concedais as graças que humildemente Vos pedimos nesta novena, para que, seguindo fielmente os vestígios do nosso glorioso Patriarca S. Domingos, possamos com ele louvar-Vos e glorificar-Vos por toda a eternidade.

 

R. Amém.

 

 

RESPONSÓRIO DO PATRIARCA S. DOMINGOS

 

 

R. Oh admirável esperança, que destes aos que na hora da vossa morte choravam a vossa ausência, prometendo-lhes que, depois dela, havíeis de ser-lhe mais útil! Cumpri, ó Pai, o que prometestes, ajudando-nos com os vossos rogos.

 

V. Vós que resplandecestes com tantos milagres nos corpos dos enfermos, trazei-nos o socorro de Cristo, curai-nos da perversidade e corrupção dos costumes.

 

R. Cumpri, ó Pai, o que prometestes, ajudando-nos com os vossos rogos.

 

V. Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.

 

R. Cumpri, ó Pai, o que prometestes, ajudando-nos com os vossos rogos.

 

V. Rogai por nós, Bem-aventurado Pai S. Domingos.

 

R. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

 

Oremos: Ó Deus, que Vos dignastes iluminar a santa Igreja com os merecimentos e a doutrina do Bem-aventurado Domingos, vosso confessor e nosso Patriarca, concedei-nos, por sua intercessão, a graça de sermos socorridos nas necessidades temporais e de crescermos sempre mais nos bens espirituais. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.

 

R. Amém.

 

 

 

Fonte: Novena a S. Domingos. Vários autores. 2. ed. actualizada. Editorial Apostolado do Rosário: Fátima (Portugal), 2006.