"Eis que se lembrou das palavras de Sônia: 'Vai a um cruzamento, faz uma reverência ao povo, beija a terra, porque pecaste também perante ela, e diz a todo mundo em voz alta: 'Eu sou um assassino!'. Tremeu todo ao se lembrar disso. E já estava tão oprimido pela desesperadora melancolia e pela inquietação de todo esse tempo, mas especialmente das últimas horas, que acabou se precipitando para a possibilidade dessa sensação inteira, nova, completa. Ela chegou de súbito como uma espécie de acesso: começou a lhe arder na alma como uma fagulha e de repente se apossou de tudo como fogo. Tudo nele amoleceu, e as lágrimas jorraram. Do jeito que estava caiu no chão...
(Dostoiévski, "Crime e castigo")
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